Sintra, 25.12.2009
Universalmente conhecido como o codificador do sistema de Raja-Yoga, a da União Real da Alma com o Espírito, a Pantajali ou Patandjáli atribui-se a compilação dos Yoga Sutras, cerca do ano 150 d. C., onde faz a dita codificação e reforma do sistema ancestral de Yoga.
Este Grande Iluminado terá vivido entre 200 a. C. a 400 d. C. no noroeste da Índia, existindo várias lendas sobre ele afirmando-o uma encarnação do “deus serpente” Ananta, ou meio-homem e meio-serpente, que desceu dos Céus para ensinar o Yoga (literalmente, “União”) ao mundo, indo prosseguir a Escola Mística iniciada por um outro Grande Iluminado, Vyasa, a quem se atribui o épico Mahabharata. O facto de se atribuir a Patanjali natureza serpentária, tão-só designa a sua condição de Iluminado Espiritual pelo despertamento da “serpente” Kundalini que sobe da base do cóccix ao alto do crânio através da coluna vertebral, serpenteando por diversos “centros de força” ou chakras. Kundalini vem a ser o Fogo Criador do Espírito Santo no homem, possibilitando-lhe tornar-se um Adepto ou Iluminado Perfeito.
Os Yoga Sutras ou Aforismos do Yoga, como já dissemos, são o texto clássico que codificou o conhecimento tradicional sobre o mesmo, compondo-se de 196 aforismos divididos em 4 capítulos expondo o método do Yoga que liberta o Yogui das limitações materiais impostas pelo seu karma ou débitos contraídos nas vidas passadas e na presente e assim da lei da Morte liberta-o para a Imortalidade, libertando-se de vez da “roda fatídica dos renascimentos e mortes”, do “ciclos das necessidades”. Os 4 capítulos são os seguintes:
1. Samadhi Pada – trata da definição do Samadhi como “Êxtase” espiritual, como o estado meditativo mais elevado da mente humana, e dos processos para alcançar o mesmo;
2. Sadhana Pada – trata da prática que leva ao estado de meditação e dos obstáculos físicos e psicomentais que o praticante pode encontrar;
3. Vibhuti Pada – trata dos resultados obtidos com a prática da meditação profunda (samyama), que são a Sabedoria Divina revelada como Conhecimento Humano e as faculdades psicomentais (sidhis) desenvolvidas pela Alma alinhada com o Espírito, portanto, os mesmos dons do Espírito Santo doravante portados pela criatura espiritualmente iluminada.
4. Kaivalya Pada – trata da meta suprema do Yoga proposto nos Sutras, que é a União final do Yogui à Vida Universal, quando acontece o isolamento (kaivalyam) no Divino que dá nome ao capítulo.
O Yoga ensinado nos Sutras é conhecido como Raja-Yoga, Yoga Clássico ou Yoga de Samkhya, este de cujo sistema os Sutras extraem a teoria que sustenta a sua proposta prática. Sutras são um tipo de composição literária sânscrita com a finalidade de facilitar a memorização de um assunto complexo. Extremamente concisos, apresentam o assunto de forma linear, em que cada aforismo decorre naturalmente do anterior. O seu estilo sintético de compor o assunto com pouquíssimas torna muito difícil a compreensão imediata da sua leitura, apesar de facilitar a memorização. Por esta razão, os Sutras são frequentemente acompanhados por comentários mais extensos feitos por Mestres Orientais em várias épocas, com vistas ao melhor entendimento dos mesmos.
Pois bem, o método preconizado por Patanjali está essencialmente presente nos métodos de realização espiritual de várias religiões e escolas de espiritualidade não só do Oriente mas também do Ocidente, inclusive no Catolicismo e na Maçonaria, como afirma o Mestre Koot Hoomi Lal Sing numa sua Carta datada de 1884:
«Nas Lojas Maçónicas de outrora o neófito era submetido a uma série de provas dolorosas de constância, de coragem e de presença de espírito. Com a ajuda de impressões psicológicas reforçadas por meios mecânicos e químicos, faziam-no acreditar que caía em precipícios, que era esmagado por rochas, que atravessava pontos aracnídeos suspensos nos ares, que passava através do fogo, que se afogava e era atacado por bestas selvagens. Essa era uma reminiscência dos Mistérios Egípcios e a qual tomaram de empréstimo para o seu programa. Tendo o Ocidente perdido os segredos do Oriente, foi obrigado a recorrer ao artifício. Mas, nos nossos dias, a vulgarização da Ciência fez cair essas provas infantis em desuso. Os únicos assaltos que agora atingem o aspirante são os assaltos psicológicos. A série de provas que ele sofre – na Europa e na Índia – é aquela provocada pela Raja-Yoga; ela tem por resultado desenvolver todas as sementes, boas e más, que haja nele, em seu temperamento. A Regra é inflexível e ninguém lhe escapa. Tal como a onda não pode fazer o rochedo frutificar, igualmente o ensinamento oculto não produz efeito num mental não-receptivo; e tal como a água desenvolve o calor na cal, o ensinamento leva ao máximo de actividade cada potencialidade latente insuspeita para o aspirante.»
A universalidade do sistema de Raja-Yoga levou que o mesmo fosse introduzido no Ocidente e adaptado à natureza dos ocidentais nos primeiros anos do século XX pelo Professor Henrique José de Souza, cuja Yoga de Patanjali mantém-se e pratica-se até hoje na Escola de Teosofia que fundou no Extremo Ocidente do Mundo, ou seja, no BRASIL.
O Professor Henrique José de Souza no seu Livro das Vidas, reservado datado de 1933, coloca Patanjali como o 6.º Aspecto da Linha Serapis, e aí diz dele o seguinte: «6.º Aspecto da Linha Serapis – No Círculo de Resistência é chamado de PATANJALI, devido a uma das suas 8 encarnações misteriosas. Ele fez esses avataras de acordo com as 7 notas da gama musical celeste empregadas no mundo com os nomes de: Arte, Ciência, Estética, etc., chegando ao ponto culminante (8) como o nome de PATANJALI, isto é, MAGIA TEÚRGICA. Nesta vida, vê-se PATANJALI fundando uma Sociedade, que ainda não era Dhâranâ…»
Com efeito, o nome desse Insigne Adepto transporta-nos de imediato à data de 28 de Setembro de 1916, época em que o Professor Henrique José de Souza, residindo na Rua Miguel de Frias, n.º 69, Rio de Janeiro, fundou um Centro de Estudos Espiritualistas a que deu o nome de Comunhão Esotérica Samyâma, cujo número de sócios chegou a 150. Pois bem, Samyâma esteve sob a égide de Shankaracharya e a direcção de Patanjali, segundo revelou o mesmo Professor e Mestre (JHS ou Maha-Rishi, El Rike), tendo o primeiro como representante físico Skandha-Bhante-Nazar (Tancredo de Alcântara Gomes), e o segundo representado por Chela-Taijasa (António Castaño Ferreira), dentro da mecânica iniciática da Obra do Eterno na Face da Terra.
A 22 de Dezembro de 1919, após três anos e três meses de actividades transcendentes, Samyâma foi dissolvida por ter cumprido a sua tarefa cíclica. Com o valioso concurso do Adepto Akadir, houve muito trabalho produtivo e as sementes lançadas ao terreno psicossocial por H.J.S. espalharam-se em diversas direcções; as que caíram em terreno fértil, germinaram, floresceram e propagaram os frutos do Bem, no milagre da multiplicação tulkuística ou “sub-aspectos” do Aspecto primordial, no caso, a dita Sociedade Samyâma, prólogo da posterior Dhâranâ – Sociedade Mental-Espiritualista, fundada em 1924 pelo mesmo Prof. H.J.S.
A ver com o cultivo dos “bons frutos”, disse o Professor Henrique José de Souza em 27.4.1958:
O Mental Superior ou Manas-Taijasi a caminho de Budhi-Taijasi, ou o Mental iluminado por Budhi, o Plano da Intuição, é o Plano da verdadeira Inteligência onde se firma o Corpo Causal.
Num livro que eu desejava escrever e que tinha como título Como se tornar um Adepto, que a minha saúde combalida não permitiu escrevê-lo, ou antes, que a Humanidade não o mereceu, eu dividia-o em três partes:
1) Hatta-Yoga – como ciência do bem-estar físico (alimentação apropriada a cada um dos 4 temperamentos). Exercícios para a aquisição da Vontade.
2) Bhakti-Yoga – educação do Carácter ou da Alma.
3) Jnana-Yoga – domínio do Mental e, portanto, a superação pelo encontro da Consciência.
Todas as vezes que se inspira, a aura distende-se, e quando se expira, a mesma se contrai. Ora, se a pessoa pratica o Pranayama, a sua aura fica distendida por muito tempo o que constitui uma grande defesa física e astral para o praticante da Yoga.
Com isso rematando o que já dissera anos antes, em 1938:
Dhâranâ tinha por subtítulo Sociedade Mental-Espiritualista, e isto diz tudo. Muito mais sendo Dhâranâ o 6.º Passo da Yoga de Patanjali, ou seja, a “intensa e perfeita concentração da Mente em determinado objecto interno com abstracção completa do mundo dos sentidos”. Logo, criando e dando forma àquilo que se pense e, assim, a ideia pode chegar a ser objectivada. Desse modo se criam os Devas. E também os Seres em que os mesmos possam firmar-se posteriormente.
Os homens ao chegarem à Perfeição Absoluta, pertencendo a outra Hierarquia mais elevada que a dos homens comuns, fazem-se Adeptos e adquirem o Poder de Criação Mental ou de Kriya-Shakti. É o Poder de Kundalini ligado ao de Fohat, o Fogo e a Luz ou Fogo Frio. Um que desce e outro que sobe, unindo-se no umbigo, cujo “centro de força” é formado pelas duas referidas Potências, reveladas nas cores verde e vermelha, que logo darão vida e forma a mais duas “pétalas” no Chakra Cardíaco, formando o precioso número 14, que é o dos Avataras. Pelo que se vê, o Poder de Kriya-Shakti não é estranho ao homem. Vive nele empiricamente… esperando que o mesmo desperte.
O Excelso Patanjali previu o mistério dos “Oito Passos” na sua Yoga, que tanto valem pelos “Oito Poderes ou Sidhis” da Yoga, mantidos secretamente no Chakra Cardíaco inferior (Vibhuti). Não esquecer que somente o Adepto possui as duas últimas “pétalas”, de cores verde e vermelha, que completam aquele número 14.
Por tudo isso, Dhâranâ – Dhyana – Samadhi estão relacionadas com os Passos ou Arcanos da referida Yoga. A nossa própria Obra usou o nome do primeiro Passo acima citado.
O Mantram Búdhico ensina: “Dhyana tuas Portas de Ouro nos livram da Deusa Maya”. Razão, ainda, do nosso precioso Símbolo se chamar Pushkara e se dizer que “é ele quem abre os Portais de Shamballah” onde dormem os Deuses, os Vasos de Eleição. Samadhi não deixa de ser um estado de sono, onde se perde a consciência dos 7 Princípios da Ronda para se penetrar no Infinito. Sair voltando desse estado para o Finito, provoca uma espécie de “Loucura Divina”, de um Esplendor, de uma Sublimidade, etc., onde se percebe nas coisas do Mundo Humano ou Inferior as próprias grandezas do que existe no Superior ou Divino. Por isso que Ramakrishna, quando despertava dos seus constantes Samadhis, abraçava todos os animais, beijando-os ao mesmo tempo, além de outras demonstrações de amor e carinho para com tudo quanto se manifesta na Natureza.
Samadhi, segundo o nosso conceito teosófico, é conhecido como a Libertação da Mente da sua consciência finita para se identificar com o Infinito: é a Alma Humana recebendo a Emanação do seu Deus, realizando em tal estado a União do Pai e do Filho. É a Divina Fonte fluindo como uma torrente pelo seu humano cárcere. Entretanto, em casos excepcionais, o Mistério é completo: o Verbo se faz Carne e a indivíduo chega a ser Divino em toda a extensão da palavra, posto que o seu Deus pessoal torne vitalício o Tabernáculo do seu Corpo, como Templo de Deus, como disse o Apóstolo Paulo. Que o digam as preciosidades incontestáveis dos nossos Rituais Eucarísticos…
Se o Mistério da Carne Eucarística passa por algum dogma psicofísico de cariz alimentar, esse é factor profano de somenos ou nenhuma importância à Realização Iniciática ou Espiritual que aqui nos traz, partindo da premissa fixada na própria Escritura Nova segundo as palavras de Jesus Cristo: “Não é o que entra pela boca que perde o homem, mas o que dela pode sair”… o que está em conformidade com o trecho seguinte de uma Carta-Revelação (datada de 10.08.1947) do Professor Henrique José de Souza:
Em resumo, não fazer uso de carne, seja pela boca ou pelo sexo (Áries e Scorpio x Taurus e Libra), ou melhor, de alimento algum impuro, como todos o são, pouco importa o Reino, é o que torna o Homem Imortal. Isto se adquire aos poucos. E com maior propriedade, ao ingressar no Mundo de Duat. Na Face da Terra, o homem ou a mulher pode passar sem o sexo, mas dificilmente passará sem alimento. Tal não acontece no Mundo acima referido. Ou mesmo, quando as missões exijam a franca entrada e saída no referido Mundo. Vi Akadir comer boas feijoadas e cozidos, tanto na Bahia como no Rio, mas também vi Akadir após ter se demorado muito no Mundo de Duat, e quando o interpelava se ele aí não comia, respondia-me: “O perfume dos prados, das flores e dos próprios animais e homens que ali vivem, serve-me de alimento, como a ti mesmo serviria se missão mista tivesses”.
São causas de males físicos e ruína espiritual as palavras destrutivas, as pragas, a maledicência, a mentira, a intriga, a calúnia, as blasfémias, filhas dos maus pensamentos. A boca é o Santuário do nosso corpo, onde se acham implantados os trintas e dois Portais da Sabedoria, representados pelos trinta e dois dentes. Santuário arquitectado para bendizer e abençoar, para glorificar e louvar a Deus, para difundir a Verdade e propagar a Fraternidade.
A Sociedade Dhâranâ extinguiu-se e renasceu em 1928 como Sociedade Teosófica Brasileira, e nesta mesma a Yoga de Patanjali continuou a ser ministrada aos seus membros até actualidade, já sob o formato institucional Sociedade de Eubiose. Pois bem, foi assim que um dos mais conspícuos discípulos do Professor Henrique José de Souza, o senhor Roberto Lucíola, realizou na sede da Entidade, em São Lourenço (MG), em Outubro de 2001, uma série de aulas teóricas e práticas sobre a mesma Yoga de Patanjali a que chamou Meditação Iniciática e Yoga da Libertação, decerto pretendendo a execução colectiva da Trilogia de Realização Espiritual: Transformação – Superação – Metástase.
Como a relação pessoal entre nós e Roberto Lucíola era muito estreita pautada por um verdadeiro amor espiritual, após o seu desenlace carnal em fins de 2004, passados dois anos, no dia 5 de Julho de 2006, o seu filho, senhor Alexandre Rubens Lucíola, teve a enorme gentileza de enviar-nos de Brasília essas aulas de seu pai gravadas em DVD, pois que haviam sido filmadas, acompanhadas da curta mas sentida mensagem:
Prezado Vitor,
Em atenção à amizade que meu pai nutria por sua pessoa, transmito em anexo três DVDs gravados a partir de fitas VHS, atinentes a palestras por ele proferidas no ano de 2001. Infelizmente, a gravação original é de baixa qualidade, o que torna o filme ruim em alguns pontos. No entanto, o que mais importa é a mensagem e a prática que transforma o pseudo-esoterismo teórico no verdadeiro Esoterismo. Espero que goste e, caso se interesse, pode distribuir cópias a quem julgar merecedor.
Coloco-me à sua disposição em Brasília para qualquer necessidade ao meu alcance. Forte abraço,
Alexandre.
Nessas aulas filmadas, Roberto Lucíola preconiza três estados fundamentais a serem alcançados, um após o outro, durante a prática da Yoga da Libertação, como sejam os sexto, sétimo e oitavo passos da Raja-Yoga de Patanjali:
1.º) DHÂRANÂ. O poder de focar inteiramente a atenção no objecto de meditação, abstraindo-se de toda e qualquer ocorrência exterior, por mínima que seja. É, portanto, o estado perfeito de fixação e concentração num ponto predeterminado.
Quando o Professor Henrique José de Souza legou a prática da Yoga do Globo Azul, também foi com a finalidade de se desenvolver essa capacidade de Dhâranâ, definida por ele como: “A intensa e perfeita concentração da mente em determinado objecto interno, com abstracção completa do mundo dos sentidos. Em síntese: o sumo controle do pensamento”.
2.º) DHYANA. O perfeito estado de meditação e contemplação. Tem como objectivo a abstracção total dos sentidos físicos e a passagem a um estado superior, como seja o Espiritual, o 7.º Princípio Humano. Este estado de Dhyana o Professor Henrique José de Souza definiu como: “Meditação, contemplação abstracta ou afastamento do mundo dos sentidos, melhor dito, estado de isolamento completo”.
3.º) SAMADHI. Segundo o Budismo Esotérico ou do Norte da Índia (Maha-Yana, “Grande Barca”, para a “Pequena Barca” ou Hina-Yana, o Budismo Exotérico do Sul da Índia), é considerado o Grau Supremo do Yoga. É a capacidade de contemplação estática e êxtase interior correspondendo à Supra-Consciência, onde o estado de meditação obtido pela concentração atinge um nível tão profundo que a Consciência se confunde com o objecto fixado, unindo-se com este já não como objecto mas como “Objectivo Espiritual”. Do Samadhi (ou Samyâma) diz o Professor Henrique: “Estado de meditação obtido pela concentração, no qual o Adepto se torna consciente do seu Mental Superior, o que tanto vale por se tornar Um com o Todo, a Consciência Universal, etc.”.
O estado de Samadhi ou “Êxtase” espiritual é a soma dos estados anteriores que falámos, e como síntese de todos e de todos é o resultado final, indo focar a absorção muito além do 5.º Princípio Mental Superior, Causal ou Manas Arrupa, do 6.º Princípio Búdhico ou Intuicional até do 7.º Princípio Espiritual ou Nirvânico, ou seja, no Paranirvânico (Monádico) e o Mahaparanirvânico (Divino), levando o Yogui a “mergulhar” a sua Consciência no “Oceano Sem Praias” do Absoluto, do “Espaço Sem Limites”, absorvendo-se neste, tornando-se um Nivri-Kalpa-Samadhi ou Jivatmã Universal, pura Vida-Consciência Omnipotente, com a Omnisciência de um Budha e a Omnipresença de um Bodhisattva.
Assim se apercebe de forma clara que esses três estados supremos – Dhâranâ, Dhyana, Samadhi – do sistema de Raja-Yoga adoptado pelo Budismo Esotérico, se confundem uns nos outros indo concorrer para a finalidade única de Libertação das cadeias férreas da matéria. Razão pela qual esses três estados compreendem-se genericamente num nome comum: SAMYÂMA.
O Yogui que atinja o estado de Samyâma penetra a Beatitude do Absoluto, e passa a ter domínio absoluto sobre todas as suas faculdades, mentais, emocionais e físicas.
Esta Yoga de Patanjali compõe-se de oito passos fundamentais passíveis de naturalmente manifestar os 8 Sidhis ou 8 Poderes Místicos do Yoga, possibilidade muito próxima quando se desenvolve as chamadas 12 “pétalas” do Chakra Cardíaco, e mais as duas “pétalas” ocultas ou latentes, em embrião, como 13.ª e 14.ª do mesmo Chakra, uma verde e outra vermelha (Fohat e Kundalini), e finalmente despertar o pequeno Chakra pendular daquele Cardíaco, o qual, semelhante à acção do pêndulo de um relógio (mas aqui, “Pêndulo Místico”), vibra e anima a glândula Timo e é denominado pelos orientais de Vibhuti, o “Lótus de 8 Pétalas”, em que se encerram os 8 respectivos Poderes Místicos do Yogui ou “Unido com o Divino”.
As oito “pétalas”, raios ou linhas do Vibhuti estão ordenadas da forma seguinte (com os seus nomes tradicionais contidos no Gheranda-Samnhita, obra clássica da tradição hindu, além de levarem outros nomes ocultos, aghartinos, revelados pelo Insigne Mestre JHS, Prof. Henrique José de Souza) e correspondem aos seguintes poderes transcendentais do Adepto Perfeito:
1. LAGHIMA (LAYA, segundo JHS) – O poder de levitar, através da anulação da inércia e consequente eliminação da força gravitacional. Este poder desperto através da vibração da 1.ª “pétala”, destrói a inércia, que aqui toma o sentido de: inércia que nos prende ao passado e que ao ser destruída, nos liberta, permitindo-nos progredir de forma efectiva.
2. MANANA (MAHIMÃ, segundo JHS) – O “poder bioplástico” de mudar a estatura e a aparência para qualquer forma que se deseje. Aqui também com o sentido de transformação ao nível do carácter e da natureza interna, ou seja, da Personalidade pela Individualidade.
3. VASHUTA (VASHITA, segundo JHS) – O poder de criar ou de destruir mayas-vadas, ou sejam, ilusões e fascínios afectando as pessoas. É também a capacidade, mesmo em forma reduzida, de manipular a Energia Electromagnética Cósmica a que chamamos Kundalini. Os Adeptos Reais podem utilizar este Sidhi para ressuscitar um indivíduo que tenha falecido há poucas horas, ou seja, com o duplo etérico intacto ainda ligado ao corpo físico inerte.
4. ANIMAN (HANAMAN, segundo JHS) – O poder de focar a Consciência em qualquer ponto ou região desejada, esteja próxima ou longínqua. Quando o Yogui alcança o estado de Dhâranâ, coloca imediatamente em actividade este 4.º Sidhi (“faculdade, dom ou poder psicomental”… activado pelo próprio Espírito agindo sobre a Alma e o Corpo).
5. PRAPTI (PARAMAN, segundo JHS) – O poder de transferir a Consciência para qualquer ponto do Universo. Corresponde também ao estado de Samadhi, este que é o estado de “Êxtase Supremo” ou comunhão absoluta com o Eterno, no qual o Yogui pode afirmar com toda a legitimidade: “Eu e o Pai somos Um”!
6. PRAKAMYA (PARANTAPA, segundo JHS) – O poder absoluto da Vontade, ou melhor, da Supra-Vontade como Vontade Superior ou Divina, a que distingue o livre do ditador, seja este grande ou pequeno, pois este Sidhi caracteriza a natureza interior e exterior de todo e qualquer Iniciado verdadeiro que realizou a Suprema Renúncia.
7. ISHITA (SHAMA, segundo JHS) – O poder de alcançar a supremacia sobre todos os seres manifestados. Diz-nos o nosso Venerável Mestre JHS que o poder deste 7.º Sidhi refere-se, na realidade, à supremacia de poder decidir, de forma totalmente independente, o que se deseja ser, possuindo o nome oculto de Shama.
8. KAMA-VASHAYTA (SHUHAN, segundo JHS) – O poder de dominar o desejo, destruindo-o. É também a capacidade de ficar indiferente a toda e qualquer emoção, seja ela de alegria ou de tristeza. Comportando o nome oculto Shuhan, segundo o Professor H.J.S., este Sidhi transposta o Yogui para o estado de Consciência mais elevado possível, o qual antecede o grande mergulho no Absoluto, só ao alcance dos Grandes Iluminados, dos Seres Perfeitos da natureza dum Krishna, dum Budha, dum Cristo, dum JHS…
Transcrevemos agora parte extensa mas preciosa de uma carta privada de Roberto Lucíola a nós, remetida de São Lourenço (MG) em 15.07.2002:
Estou trabalhando actualmente nesse tema. Ou seja, como entrar em contacto com o nosso Mestre Interno, ou o nosso Eu Superior. Acredito que somente com a prática constante de Dhyana, ou Meditação Iniciática, é que lograremos esse intento.
Duas expressões da Divindade encarnadas na Terra em tempos remotos, nos legaram preciosos ensinamentos de como nos harmonizar com o nosso Mestre Interno. Foram elas: Patanjali e Shankaracharya. Patanjali nos deixou os Oito Passos da sua Yoga, que nenhum estudante sério devia ignorar e deixar de praticar, se, realmente, deseja se libertar do mundo das ilusões.
Há uma norma que todos os Yoguis de real valor nunca deixam de seguir, que diz: O refúgio do Yogui reside em Dhyana. Realmente, a Meditação Iniciática é uma poderosa arma que nos possibilita enfrentar todos os obstáculos que se antepõem em nosso caminho. Acredito que saiba tão bem ou mais do que eu quais são os Oito Passos da Meditação Iniciática. Mesmo assim, peço permissão para sintetizar os mesmos:
Yama: Inofensividade – Veracidade – Honestidade – Continência – Desapego.
Niyama: Pureza interna e externa – Serenidade e contentamento – Aspiração ardente ou Amor à Divindade – Boa leitura para se proteger o nosso Santuário Interno do bombardeio das informações externas – Amor e confiança em nosso Mestre Interno.
Asana: Postura do Corpo para o mesmo obedecer ao comando da nossa vontade e não prejudicar a Meditação. O Corpo deve ser educado no sentido de ficar em estado firme, contudo, sem qualquer tensão nervosa ou muscular. Este Passo é para assumirmos o controle do Corpo físico, como primeiro passo da nossa soberania sobre os nossos veículos.
Pranayama: É a Respiração Iniciática que difere da respiração comum, pois exige do praticante plena atenção no entrar de Prana pelas narinas. Patanjali ensina como fazer circular essa Energia Vital pelos oito canais principais do nosso Corpo para desobstruirmos todos os nadhis, a fim de que tenhamos saúde plena como primeiro passo para a Imortalidade.
Pratyhara: Consiste em dominar os cinco sentidos, não permitindo que qualquer coisa que venha de fora através deles perturbe o nosso mundo interno durante a Meditação.
Dhâranâ: Concentração num objecto interno, com abstracção de tudo o mais. Para tanto devemos nos concentrar no centro da cabeça onde se encontra a glândula pineal, que deve ser vista como um Sol luminoso no interior da nossa cabeça.
Dhyana: É a Meditação que pode ser realizada visualizando-se um Lago azul sobre o qual se estende uma Ponte dourada. Nesta Ponte, o nosso Mestre costuma apresentar-se para dialogar connosco. Cada pessoa tem a sua experiência, que é coisa muito pessoal.
Samadhi: É o aprofundamento de Dhyana. Estes passos devem ser dados simultaneamente, como se um fosse o prolongamento do próximo, para não haver corte na linha de pensamento. Tudo deve ser sincronizado.
Esta Yoga da Libertação deve ser praticada todos os dias. Ela nos livrará de todas as contrariedades. Não mais procuraremos fora o que está dentro de nós. Esta santa comunhão com o nosso Mestre nos livrará de qualquer dependência do mundo exterior. Trata-se de um processo de Libertação que somente a nossa Mónada pode proporcionar.
Um dos principais atributos adquiridos pela sua prática é a Serenidade. Trata-se de um estado que todos os Iniciados não podem abrir mão. Pois sem o mesmo o nosso universo interior se transforma num caos o que impede que os mais altos graus da Consciência se manifestem em nossa Mente. A Mente é um poderoso instrumento de que se serve o nosso Eu Superior para se manifestar nos níveis da personalidade, mas, se não for dominada ela assumirá o controle do nosso mundo interno. É por isso que muitas pessoas altamente cultas e inteligentes carecem de Sabedoria. Para que não sejamos mais uma vítima da Mente é indispensável o seu controle, coisa que somente é possível graças à Meditação Iniciática.
Dizem os Iniciados que a melhor maneira de se dominar a Mente é observá-la com os olhos do Espírito. Para tanto, deve-se procurar aquilo que os Taoistas chamam de encontrar o Vazio que não é Vazio. Para se lograr esse fenómeno é coisa simples, depende de que todas as vezes que formos meditar procurar o Vazio, ou seja: não pensar em nada, dar uma “branca” mental. Porém, como a mente é deseducada e dinâmica, ela procura perturbar a nossa meditação com ondas de pensamentos. Não se deve repelir os pensamentos que afloram, mas observá-los, e notaremos que os mesmos se desvanecerão como uma nuvem. Nesse caso, já é o Observador Silencioso que está presente, demonstrando o seu poder sobre a outrora toda-poderosa Mente. Esse domínio sobre a Mente fortalecerá sobremodo o poder da vontade que é a espada empunhada por todos os verdadeiros Guerreiros do Espírito.
À medida que se avança na Senda nós vamos entendendo o que se esconde atrás das palavras, ou seja, aprendemos a ver com os olhos do Espírito.
Meditação, Alquimia, Libertação, Imortalidade são sinónimos que se completam. Os Oito Passos, quando praticados, se sintetizam no Nono Passo, que é o próprio praticante. Daí se dizer que o Arcano Nove é o Adepto ou o Homem Perfeito.
O homem que não medita não tem o controle de si mesmo, não vive no presente, mas vive no passado ou no futuro. Está distante em seus pensamentos, com os seus problemas e preocupações imaginárias. Frequentemente se perde nas lembranças do passado. Se não meditarmos seremos criaturas do passado, produto do acúmulo de emoções e experiências do que não mais existe. Somente com a prática constante da Meditação é que conseguiremos a paralisação dos pensamentos residuais que enchem as nossas mentes. Devemos suster as ondas mentais dispersivas e nos concentrar no presente. Porque é no presente que se forja o futuro, segundo ensina a Sabedoria Iniciática.
A vida verdadeira é o momento presente, muito embora ela vá se tornar uma maya quando, também, passar. Daí porque o Adepto não se apega a nada neste mundo. Quando, através da Meditação Iniciática, nos conscientizarmos que a realidade é o nosso Eu Superior, que sempre existiu e nos acompanha eternamente desde quando éramos um simples mineral, estaremos dando um passo decisivo em termos de Libertação. O Excelso Senhor Budha falando sobre o assunto, assim se expressou em preciosos versos:
«Não corras atrás do passado,
Não busques o futuro.
O passado, passou,
O futuro, ainda não chegou.
Vê, claramente, diante de ti o Agora.
Quando o tiveres encontrado,
Viverás o tranquilo e imperturbável estado mental.»
Certa vez perguntaram a Gautama, o Budha, por que os seus discípulos, que levavam uma existência simples e calma, eram tão radiantes? O Mestre então respondeu:
«Eles não se arrependem do passado, não se preocupam com o futuro, vivem no presente. Por isso são felizes. Preocupando-se com o futuro e arrependendo-se com o passado, os tolos ficam ressequidos, iguais aos juncos verdes cortados ao Sol.»
Os homens comuns vivem na ignorância das Leis Divinas, por isso, vivem dominados pelos seus apegos, ressentimentos, má vontade, preconceitos, ódio, orgulho, queixas e lamentações. Em suma, são uns infelizes que vivem envolvidos nas artimanhas da personalidade que é o falso “eu”, que tem de morrer para dar nascimento a algo permanente que é o Eu Superior. O encontro com o Eu, ou o Mestre Interno, é um passo importante no estreito Caminho da Iniciação. Portanto, todo o esforço é pouco em se lograr tão alto galardão.
Como dissemos atrás, o sistema de Raja-Yoga codificado por Patanjali vem a estar subjacente aos exercícios espirituais das diversas correntes religiosas e tradicionais tanto do Oriente como do Ocidente, adaptado aos métodos das respectivas, sem dúvida, mas cuja fonte é essa mesma codificação inspiradora de místicos e pensadores que o mundo conheceu e conhece.
Assim, não deixa de estar em conformidade à nossa MISSÃO DOS SETE RAIOS DE LUZ ou MISSÃO Y essa Yoga de Patanjali presente nos principais Institutos representativos de cada um dos sete Raios de Luz Espiritual promanados do Logos Único, como seja:
1.º RAIO DA VONTADE OU PODER
Expressão superior: JÚPITER
Expressão inferior: SOL
Escola: Alquimia
Religião: Brahmanismo
Expressão superior: Iluminação Espiritual ou Poderio Divino
Expressão inferior: Química e Física materiais
2.º RAIO DE AMOR-SABEDORIA
Expressão superior: MERCÚRIO
Expressão inferior: LUA
Escola: Hermetismo
Religião: Budismo
Expressão superior: Regras de Iniciação da Hierarquia Espiritual
Expressão inferior: Regras de Conduta da Hierarquia Humana
3.º RAIO DE ACTIVIDADE INTELIGENTE
Expressão superior: VÉNUS
Expressão inferior: MARTE
Escola: Kaballah
Religião: Judaísmo
Expressão superior: Política e Ética Sinárquica
Expressão inferior: Meios de comunicação e interacção fiduciária
4.º RAIO DA ARTE E HARMONIA
Expressão superior: SATURNO
Expressão inferior: MERCÚRIO
Escola: Pitagórica
Religião: Gnosticismo
Expressão superior: Mecânica e Harmonia Universal
Expressão inferior: Arquitectura e Arte
5.º RAIO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Expressão superior: MARTE
Expressão inferior: JÚPITER
Escola: Rosacruz
Religião: Cristianismo
Expressão superior: Ciência Metafísica e Física
Expressão inferior: Linguística e Letras
6.º RAIO DO DEVOCIONALISMO ABSTRACTO
Expressão superior: LUA
Expressão inferior: VÉNUS
Escola: Sufi
Religião: Islamismo
Expressão superior: Adoração ao Todo no Tudo
Expressão inferior: Religiões e credos devocionais
7.º RAIO DA ORDEM CERIMONIAL
Expressão superior: SOL
Expressão inferior: SATURNO
Escola: Maçonaria
Religião: Iluminismo
Expressão superior: Teurgia e Taumaturgia
Expressão inferior: Práticas e crenças animistas
Pois bem, cada religião constitui-se dum GRUPO EXOTÉRICO HUMANO que acaba influenciado, directa ou indirectamente, pela escola afim constituída dum GRUPO ESOTÉRICO HUMANO que, por seu turno, é a expressão manifestada do respectivo GRUPO EGÓICO HUMANO.
Dizem os Grandes Adeptos que um Grupo Esotérico é sempre a extensão, no mundo físico, do Grupo Interno localizado na Residência Privada dum Mestre Vivo. E do mesmo modo que o Discípulo dum Mestre Vivo exteriorizado, individualmente – percorrendo o Caminho da Transformação, da Superação e da Metástase – demanda a identificação com o seu Ser Real ou Mestre Vivo interiorizado, também o Grupo Esotérico – através da Escola, do Teatro e do Templo – demanda a identificação consciente com a Grande Família Espiritual que o sustém e vivifica e qual parte neste Plano Físico onde se constitui de almas encarnadas para aquela de alma desencarnadas, ou, então, ocultadas, para todos os efeitos, umas e outras unidas entre si pela Obra comum que lhes cabe levar a efeito nos Mundos do Espírito e da Matéria. De modo que o Grupo Esotérico é sempre a “encarnação” do Grupo Egóico…
Da mesma maneira que cada homem, entendido como personalidade, possui a sua contraparte espiritual, o seu Ego ou Individualidade, igualmente o Grupo Esotérico possui o seu Grupo Egóico, também chamado Família Espiritual, ambos tendo por centro um Mestre Vivo, mesmo que esteja morto fisicamente, mas cuja Obra deixada é sempre tomada como se Ele estivesse permanentemente vivo entre os mortais, e assim se mantendo sempre acima de eventuais querelas podendo surgir entre personalidades antagónicas.
Os Iniciados de todas as Linhas ou Raios têm sempre insistido no facto do Discípulo se encontrar ligado a dois Mestres, aos quais chamam de Mestre Interno e Mestre Externo, sendo, no fundo, o primeiro o nosso Eu Superior, o nosso Ego, a nossa Individualidade, e o segundo aquele Ser Vivente a quem propriamente se chama “o nosso Mestre”, que só comunica com o Discípulo por meio do seu Mestre Interno, o Ser Divino que é, afinal de contas, Partícula ou Chispa Monádica sua. E de tal modo estas duas realidades se encontram ligadas que, quando o Discípulo toma contacto consciente com Um, forçosamente o tem simultaneamente com o Outro.
Conciliemos então, numa estrutura coerente, esses dois factos dizendo que o nosso Mestre, o Mestre Externo, é aquela Consciência que abarca, que é a síntese dos Egos ou Mestres Internos, como Logos do Raio a que pertence o Grupo Egóico, quais centelhas provindas de uma única e mesma Chama; daí a razão de essencialmente se ser uma perfeita e harmónica Família Espiritual. De facto, no nosso Mestre é Aquele no qual, em primeiríssima análise, “vivemos, nos movemos e temos o nosso Ser”, parafraseando Santo Agostinho.
O esquema seguinte destina-se a ilustrar a inter-relação entre os Grupos Egóico, Esotérico e Exotérico, este sempre dirigido por um Mestre Representativo (seja um Bispo de Igreja ou um Venerável Mestre de Loja, etc.) dos outros dois (que essencialmente são UM!), a fim de clarificar ainda mais assunto que está profundamente ligado ao tema das Egrégoras ou “Almas Colectivas” criadas pelos Grupos Humanos:
Se a Yoga de Patanjali veio do Oriente para o Ocidente enriquecer ainda mais a Luz deste, ao ficar subjacente aos exercícios espirituais das diversas correntes tradicionais, tal a sua amplidão da sua universalidade, pela mesma igualmente se revela o espírito de fraternidade, concórdia e respeito que deve existir entre elas e todos os espiritualistas de escol, independentemente das suas crenças, possam finalmente unir-se sob a Bandeira Única da PAX UNIVERSAL. Razão sobeja para o Professor Henrique José de Souza ter apelado às várias partes do Brasil e do Mundo para uma FRENTE ÚNICA ESPIRITUALISTA, dizendo:
Mas, apesar de todo esse lastro de horrores e desenganos, não quer dizer que não possam haver modificações gerais na face das coisas… Bastava que os Homens de boa vontade quisessem trabalhar, em conjunto, a favor de uma Paz duradoura para o mundo. Assim como “da União nasce a força”, também do “Poder do Amor e da Vontade” poderia surgir um milagre, algo assim como a Fénix ressuscitada das suas próprias cinzas… Por exemplo: para evitar maiores danos que aqueles já apontados, “a construção de um dique tutelar contra as águas invasoras do materialismo bravio”, frase esta bem nossa, quando pela primeira vez apelámos para uma FRENTE ÚNICA ESPIRITUALISTA, mas agora completada pelos intelectuais e cientistas de toda a parte do mundo, ou melhor, “todos os Homens de boa vontade”, ou seja, aqueles cujo coração e inteligência não foram atingidos pelo veneno subtil das ideologias bastardas. O que equivale a dizer que a matéria não pode suplantar o Espírito, como está acontecendo agora no mundo. Ao contrário, os graves problemas que ora se apresentam não podem ser resolvidos com o canhão e a demagogia…
Todos poderão concorrer para tanto, pelo menos aqueles que fizeram construir um Templo dedicado ao futuro Avatara, e consequentemente à Paz Universal, onde se inclui as próprias religiões, que se fundissem numa só essa mesma Paz se faria para o mundo.
OBRAS CONSULTADAS
Monografias do Grau Manu, da Comunidade Teúrgica Portuguesa.
Livro das Vidas (O Mistério da Árvore Genealógica dos Kabires), por Henrique José de Souza. Obra reservada datada de 1933.
Dhâranâ, por Henrique José de Souza. Revista “Dhâranâ”, ano XII, n.º 102, Outubro a Dezembro de 1939.
Ocultismo e Teosofia, por Henrique José de Souza. Associação Editorial Aquarius, Rio de Janeiro, 1983.
Gravações em DVD das Palestras de Roberto Lucíola, realizadas em Outubro de 2001 na Sede da S.B.E. São Lourenço, Minas Gerais do Sul, Brasil.
As Portas de Ouro da Meditação, por Roberto Lucíola. Caderno “Fiat Lux”, n.º 37 – Novembro de 2003, São Lourenço, Minas Gerais.
Saúde e Prana, por Roberto Lucíola. Caderno “Fiat Lux”, n.º 38 – Fevereiro de 2004, São Lourenço, Minas Gerais.
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